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Responsabilidade subsidiária por terceirizado exige prova de benefício direto
A responsabilidade de uma empresa por empregados de prestadoras de serviços só é aceita quando for comprovado que ela se beneficiou diretamente das atividades desempenhadas pelo trabalhador terceirizado.
Com esse entendimento, a ministra do Tribunal Superior do Trabalho Morgana de Almeida Richa afastou a responsabilidade de uma distribuidora de energia elétrica sobre os créditos trabalhistas devidos a um empregado terceirizado. A decisão atendeu a um recurso de revista apresentado pela companhia contra acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (Grande São Paulo e litoral paulista).
Segundo os autos, a prestadora de serviços não pagou as devidas verbas rescisórias ao demitir sem justa causa o trabalhador. Ele apresentou à Justiça documentos que provam que a contratante também deixou de fazer os depósitos no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em seu nome.
A responsabilidade subsidiária foi reconhecida pelo tribunal de origem e mantida pela corte regional.
Ônus da prova
Morgana de Almeida Richa analisou o recurso sob a óptica do artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho e do artigo 373 do Código de Processo Civil. Ambos determinam que cabe ao autor do pedido o ônus da prova.
“O acórdão recorrido expressamente atribuiu o ônus da prova da prestação de serviços ao tomador de serviços, em dissonância com o entendimento firmado por esta Corte Superior. Assim, negada pela tomadora a prestação de serviços e não havendo comprovação do labor do reclamante em seu favor, não há como atribuir-lhe responsabilidade subsidiária”, decidiu.
A advogada Tattiany Martins Oliveira, do escritório Gasparini, Nogueira de Lima, Barbosa e Freire Advogados, representou a empresa.
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Processo 1002207-71.2023.5.02.0614
Publicado por Conjur.